domingo, 27 de novembro de 2016

Presente de Natal

Hoje ao ler um livro, que tem os relatos de umas cartas psicografadas , veio a minha mente, uma experiência vivida por mim na década de 80.
Na época o ocorrido me marcou muito mais eu não sabia a profundidade , e hoje ao começar a ler essas cartas em um trecho me deu um click.
Veio tudo nitidamente a minha mente , só que agora consigo enxergar a profundidade do ocorrido...
Foi assombroso , a mesma descrição do livro sem tirar nem por , foi idêntica a vivida por mim.
Eu com a respiração alterada peguei o papel mais próximo e voltei ao passado , tudo começou assim...
Era 23 de dezembro de 1987 ante véspera de natal. 
O meu trabalho sempre aumentava nesta época , mais eu não abria mão de ir almoçar e também tinha meu filho de meses. 
E neste dia não foi diferente , sai para o almoço e fui pegar o ônibus , corri e fui para a avenida da praia pois pegaria o ônibus la. Atravessei a avenida e fiquei do lado que da para o jardim.
Caminhando ao lado do jardim reparei que o dia estava muito claro, com o sol gostoso de sentir. O céu limpo e azul , reparei nas pessoas andando ao meu lado e achei todas lindas , sorrindo. 
Olhei para a areia e ela brilhava o mar sereno e calmo, tudo muito lindo. 
Sabe aqueles dias em que você sente dentro do peito um prazer, uma alegria contagiante , uma vontade de sair voando e deixar o mundo te levar? você sente que ama a vida e tudo e belo. Sabe quando você se harmoniza com tudo....
Pois bem você fica totalmente envolvida com a beleza da vida e da natureza, e nesse estado eu andando ao lado do jardim , reparei na grama verdinha e as flores realçavam , estavam lindas. 
De repente observei , que da grama saia tipo uma névoa , uma neblina "como se fosse gotas de água caindo em algo muito quente".
A grama soltava essa névoa que a certa altura brilhava , parecia partículas de luz a cintilar.
Eu parei na calçada e fiquei olhando, eu não acreditava no que estava vendo , essa nevoa se transformava em partículas de luz cintilantes e multicoloridas brilhando ao sol.
Essa névoa se entrelaçava com as flores se envolvia , parecia ter vida e movimento.
Ao olhar a areia também vi a mesma coisa e se estendia ate o mar, de repente tudo se juntou, as partículas envolveram a grama as flores a areia o mar o céu se interligou totalmente , e brilhavam o tempo todo foi muito lindo... eu fiquei em estado de êxtase. 
O que estou tentando descrever é parte do que vi , palavras exatas para definir a beleza dessa visão eu não sei expressar, as pessoas estavam envolvidas por estas partículas cintilantes pelo corpo inteiro , ninguém percebia ou sentia algo diferente , agiam normalmente , eu parada ali na calçada comecei a chorar não me lembro de ninguém passar por mim.
Estava tao envolvida nesta visão que acho que parei no tempo.... 
Não sei quanto tempo isso durou , só sei que a emoção foi tão forte que tomou conta de todo meu ser, chorei muito , e aos poucos as partículas foram se dissolvendo.
Quando desapareceu , tentei me recompor e caminhei lentamente até o ponto do ônibus , em alguns minutos o ônibus chegou , eu entrei sentei e durante o percurso ainda chorei disfarçadamente. Desci no meu ponto e caminhei para casa , quando uma vizinha muito amiga me viu. 
Ela me olhou ao longe muito intrigada e veio ao meu encontro , ao se aproximar perguntou:
- Beth você está bem? sua mãe , seu filho estão bem?
- Eu : Sim está tudo bem 
- Ela : Não não esta o que aconteceu?
Eu não sei o que ela viu ou percebeu para chegar até mim e perguntar isso.
Diante da afirmação dela , imagine o que aconteceu ? .... É fácil adivinhar , chorei e contei oque tinha acontecido. 
Ela ouviu tudo serenamente , e quando terminei ela deu uma risada descontraiu e disse: 
- Beth você recebeu um belo presente, foi Deus te mostrou isso , você recebeu seu presente de natal.
Eu fiquei sem palavras , ela me abraçou e depois fui para casa. 
Assim terminou essa passagem no ano de 1987
Realmente minha vizinha estava certa Deus me deu um lindo presente de natal , só que levou 25 anos para eu poder abrir esse presente e descobrir o seu valor. 
Hoje , ao ter conhecimento , vejo a grandeza e a perfeição de Deus.
Tive a visão destas partículas de luz cintilante , porque estava espiritualmente elevada naquele dia e naquele instante, estava conectada com a mãe natureza , estava deslumbrada com as criações de deus "as plantas areia mar sol e o ser humano" , estava interligada totalmente com o amor , o amor puro e belo. 
Então aconteceu tudo isso, fui abençoada , agradeço milhões de vezes. E agradeço a minha irmã de coração por ter me dado este livro que revelou o valor do presente que recebi a 25 anos atrás. 
Muito Obrigada.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A CURA FÍSICA E ESPIRITUAL

Este relato é sobre meu sobrinho, que quando criança, entre 4 e 5 anos de idade (1981/82), apresentava sérios problemas no estômago e no intestino.
Sentia muitas cólicas e outros problemas gastrointestinais. Um dia com dores muito fortes precisou ser hospitalizado. Muitos exames foram realizados e no resultado de uma radiografia, constatou-se que ele tinha na barriga um esbranquiçado em forma de bola, o que poderia ser vermes enrolados. O médico achava que os remédios não resolveriam o problema, que aquilo que ali estava não dissolveria e teria que operá-lo.
Os pais ficaram muito apreensivos e não quiseram submetê-lo a uma cirurgia, esperavam ter outra alternativa. Meu sobrinho foi para casa e os dias foram passando e não havia melhora; o menino continuava com dores.
Sugeri então que ele fosse comigo a uma reunião espírita de cura, pois eu frequentava essa reunião.
A mãe aceitou, mas o pai não... Mas depois, aos poucos, não se opôs ao menino ir à reunião espírita de cura. Então, eu, meu marido, minha cunhada, meu sobrinho e minha sogra, todos fomos à reunião. Lá chegando, a reunião teve seu início como de costume.  Após os trabalhos regulares, realizaram um atendimento especial para ele.
Os médiuns já sabiam do problema e fizeram, com antecedência, uma preparação especial para a realização daquele trabalho. Era uma criança, não sabiam o que iriam encontrar e não poderiam deixar nada atrapalhar.
Colocaram um lençol branco no chão, no qual ele se deitou. Ficou quietinho, parecia que ele sabia tudo o que iria acontecer. Começaram os trabalhos e ele quietinho...
A mentora, então, conversou com ele e disse que não tivesse medo. Que ele iria sentir um formigamento pelo corpo, mas que seria normal, que não se mexesse, pois não iria demorar. Ele entendeu e ficou quietinho, de barriga para cima, sobre o lençol com os braços esticados; ele estava tranquilo.
A mentora ainda explicou que no braço direito ele iria sentir uma picada, pois iria receber uma transfusão de sangue.  Ele sentiu a picada e disse: 
- Senti a picada, está subindo pelo meu braço, descrevendo o que sentia. Dizia que passou pela cabeça, desceu para o braço e para as pernas.
Todos os médiuns estavam envolvidos e concentrados no trabalho e a energia era muito forte. Meu sobrinho era um anjo! Respondia a tudo com muita pureza. O ambiente estava sublime, envolvia muita paz. Então, uma médium se levantou, chegou até ele, se ajoelhou bem ao seu lado, e, ele continuava quietinho sem se mexer. A médium abaixou a cabeça na altura da barriga e chupou. Chupou forte a barriga dele, e ele quieto. Ela se levantou e saiu rápido para o banheiro. Lá na sala, onde estávamos, ouvíamos o barulho dos vômitos. Ela vomitou várias vezes. E, meu sobrinho permanecia deitado e relaxado!
A reunião continuou até o final dos trabalhos. Todos ficaram apaixonados por ele, a maneira que se comportou, como reagiu, sendo que era a primeira vez que ele participava de uma reunião de cura. A recepção dele foi plena e total, em todos os aspectos. Foi maravilhosa!
Depois veio a explicação. Durante a reunião foi realizada uma pesquisa e durante essa pesquisa visualizou-se uma encarnação passada do meu sobrinho. Nessa encarnação passada, ele desencarnou junto com um amigo. Os dois morreram amarrados em forma de X num deserto, foram deixados a morrer expostos ao sol. E nessa situação, os dois prometeram que voltariam e viveriam de novo juntos, que seriam amigos para sempre. Só que isso não aconteceu. Na encarnação atual meu sobrinho voltou e o amigo não, por esse motivo o outro não se conformava e ao seu modo cobrava o meu sobrinho.
E aquela dor no estômago e no intestino que ele sentia era a vibração de uma cobra esbranquiçada, comprida e fina, que se enrolou e se alojou entre o estômago e o intestino, na outra encarnação, e, ficou ali quando ele morreu amarrado no deserto.
Essa vibração interferia em sua vida atual, por isso, foi preciso essa reunião especial para retirar tudo. Após essa explicação, tudo ficou mais claro. Eu sempre estranhei algumas atitudes do meu sobrinho, mas nunca levei para o lado espiritual.  Uma delas era quando meu sobrinho conversava com o amigo imaginário; ele se sentava de pernas cruzadas e ficava conversando por longo tempo, depois dormia, e isso acontecia quase sempre à noite.
Durante essas conversas sua mãe tentava entender, mas não conseguia, ele falava outra língua e quando ele sentava em uma poltrona ou sofá (isso era o que mais me chamava à atenção) era sempre com os braços e as pernas abertas, esticadas, em forma de X.
Bem... Agora foi tudo explicado...
Uma semana após a reunião, minha cunhada voltou ao hospital e fizeram nova radiografia. Desta vez não havia nenhuma bola esbranquiçada, tinha sumido. O médico ficou espantado, não sabia o que dizer. Não sabia justificar a diferença entre as radiografias.
Depois dessa reunião de cura a vida do meu sobrinho mudou. Não aconteceram mais as conversas com seu amigo imaginário, este sumiu. E graças à ajuda espiritual ele não precisou mais ser operado, e nunca mais teve problemas de intestino e de estômago, comia muito bem; bem até demais. E, eu me senti muito feliz  por  ter participado dessa reunião tão maravilhosa...
Beth



quarta-feira, 23 de abril de 2014

SOCORRO A DISTÂNCIA

Não me recordo exatamente da data em que essa passagem aconteceu, mas foi no começo da década de 90. Eu estava no meu trabalho, era por volta das 15 horas, estava aguardando para começar a cortar o cabelo de uma cliente, quando o telefone tocou. Era minha mãe, ela estava nervosa e disse:
- Filha, eu não estou me sentindo bem, estou com falta de ar, tonta e com aperto no peito, acho que vai acontecer alguma coisa comigo.
O meu local de trabalho era muito distante de minha casa. Eu não tinha carro e levaria quase uma hora de ônibus para chegar. Às vezes minha mãe tinha tonturas e precisava se deitar, depois melhorava e passava. Mas naquele dia senti algo mais sério. Minha mãe nunca ligava para o meu trabalho, muito menos para dizer que não estava bem, se ela ligou, era porque realmente estava passando mal. 
Mesmo sabendo que eu não poderia ir para casa naquele momento, disse a ela:
- Mãe, se acalme tudo vai ficar bem. Vá para o seu quarto, pegue o frasco de álcool, passe na testa, na nuca, no pescoço, nos braços, nas pernas e nos pés; passe bastante. Fique deitada na cama e reze; peça ajuda para a corrente médica, que eu também vou rezar daqui, e a senhora vai melhorar, tudo vai ficar bem.
Ela concordou e pediu que eu rezasse bastante por ela. Desliguei o telefone, mas fiquei com o peito apertado, estava muito preocupada. Senti que a situação era realmente séria. Voltei para minha cadeira, pois a cliente já estava preparada para o corte de cabelo. Comecei a cortar e disse à cliente:
- Você não se importa se eu não conversar com você? Era minha mãe ao telefone, ela não está bem e eu queria rezar por ela.
A cliente disse que eu ficasse a vontade, e se eu quisesse parar, para ela estaria tudo bem. Mas continuei cortando o cabelo e comecei a rezar; mentalizei minha mãe no quarto deitada na cama e fui rezando com essa imagem na mente. De repente eu me vi de pé, aos pés da cama dela. Ela estava deitada de barriga para cima, o frasco de álcool estava no chão ao alcance das mãos, e percebi então, que ela tinha passado o álcool direitinho. Fiquei ali aos seus pés, olhando para ela e percebi que ela estava rezando. Permaneci ali, somente me curvei um pouco e coloquei as palmas das mãos na sola de seus pés.
Ao encostar as mãos, mentalizei muita energia entrando pelos seus pés. Concentrei-me na luz verde - energia vital (para mim)-, e essa luz verde entrando por suas veias, percorrendo suas pernas, passando por todos os seus órgãos, pelos braços, indo para o pescoço e a cabeça, envolvendo todo seu corpo. Fiz o percurso todo. Durante esse percurso senti um forte calor, minhas mãos ficaram muito quentes. Quando terminei, imediatamente me senti no meu local de trabalho, dando os últimos retoques no corte de cabelo.
Isso tudo foi tão natural que a cliente não percebeu, e na verdade nem mesmo eu percebi. Sinceramente, eu nem me lembrava de como eu tinha cortado aquele cabelo. Parecia que tinham me colocado no piloto automático, e fui cortando até terminar. Só que, quando voltei, não fiquei surpresa de ter “terminado” o corte. Parecia tudo normal.
Terminei de atender a cliente, conversamos, ela gostou, e eu a agradeci pela compreensão e ela saiu satisfeita. Comecei a arrumar meu material, pois já estava aguardando outra cliente, quando minha mãe ligou.
- Filha, estou ligando para você ficar tranquila, aquele mal estar já passou, eu fiz tudo o que você mandou. Depois de um tempo, que eu estava deitada, comecei a sentir um calor tão forte que entrava pela sola dos pés, e foi para o corpo inteiro, parecia que tinha alguém colocando as mãos na sola dos meus pés, aí fui ficando melhor e passou tudo.
Eu fiquei pasma, minha mãe descreveu tudo aquilo que eu tinha mentalizado, ela até sentiu as minhas mãos. E, pasma do jeito que eu estava no momento, nem sabia o que dizer a ela; então disse:
- Que bom mãe! Reze e agradeça aos médicos da corrente médica, eles te ajudaram. Eu não vou demorar, vou chegar mais cedo.
Desliguei o telefone e fiquei pensando em tudo. Senti uma sensação de alivio por ela estar bem, e ao mesmo tempo agradecida, porque eu sei que isso não aconteceu por minha causa, e sim pela ajuda do Plano Espiritual.

Beth

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ORION

Nesta madrugada tive um sonho muito impressionante. Ainda não consegui entender bem sua mensagem, mas me fez muito bem, mexeu muito comigo, passei o dia todo sobre forte emoção. Chorei várias vezes ao dia, em alguns momentos do dia, me sentia flutuar, estava zen, e, dentro de mim algo que há muito não sentia: uma leveza diferente, uma energia suave e constante. Isso tudo junto, revitalizou todo o meu ser, foi muito bom.
Comecei a escrever, porém parei, não tinha condições. Agora, um dia depois, comecei a escrever novamente e espero que ao passar para o papel, eu possa entender e compreender a mensagem desse sonho. Sei que ele foi real;  sei que nada acontece por acaso. Sei também da importância desses sonhos que acontecem na madrugada para o amanhecer. O significado irá aparecer forte e claro, mesmo que demore.
Meu sonho começou assim.... Eu estava numa rua larga, não tenho certeza aonde, mas parecia ser a avenida em frente ao local onde trabalho. Eu só via a largura da rua e o céu. Algo chamou minha atenção e eu olhei para cima, para um determinado ponto.  No céu foi formando um contorno, como se fosse uma corda branca e grossa; foi-se delineando um contorno sem forma definida. Esse contorno era muito grande, dentro dele se formou uma neblina forte e esbranquiçada. Não conseguia parar de olhar aquilo. Nunca tinha visto algo igual. De repente aquilo começou a abaixar e ficou bem próximo de mim.
De repente eu estava flutuando no meio daquilo. Ao me dar conta  fiquei apreensiva, mas foi apenas um segundo, pois logo fui envolvida por uma tranquilidade muito grande. Sentia-me sentada em um sofá muito confortável e aconchegante, que amparava até a minha cabeça, sentia-me abraçada e acolhida. Após um momento perguntei:
- Norminha, você está aqui?
Ela respondeu: - Sim estou, estou aqui!
Eu não vi a Norminha, só a sentia. Esse foi o único contato com ela. De repente aquilo começou a andar, mas eu estava sentada na posição contrária, eu não via o caminho que ele seguia, mas o fundo por onde passava. A sensação era muito boa... Eu estava totalmente relaxada, e assim foi por algum tempo. De repente me vi chegando a uma praia cheia de gente (parecia a praia de Santos em domingos ou feriados), era tanta gente que quase não se via a areia.
As pessoas ficaram olhando, perceberam a minha chegada, e, eu surpresa olhava também, porque só via japoneses.
Perguntei, então:
Aqui é o Japão? As pessoas respondiam: “Japão”. Acho que eles não entendiam a minha língua, aí uma pessoa chegou perto de mim e disse: - Sim, aqui é o Japão!
Eu fiquei abismada! Em tão pouco tempo eu fui para o outro lado do mundo. Essa pessoa era uma moça e não era japonesa e ela disse:  - Você veio com a Constelação de ORION, eles te trouxeram.
Eu não sabia o que dizer e o que fazer. Estava totalmente abismada, porém tranquila. Como poderia ser? Depois de um tempo perguntei: - Eu posso sair? Posso conhecer o lugar? Posso passear? Ela respondeu que sim.
Eu estava curiosa. Percebi que eu olhava as pessoas de modo diferente. Eu as olhava nos olhos e já sabia o pensamento delas, já as compreendia.  Havia muitos sorrisos nas pessoas, era uma energia diferente, um bem estar diferente.
Do nada, me vi em uma sala que tinha uma janela que dava para rua. Passou um carro esquisito, com um homem, mas não era ele quem dirigia. Nos lados do veículo, dois robôs o dirigiam e a expressão do homem era diferente. Esse homem tinha um sentimento ainda de medo; não sorria, era carrancudo e não via as pessoas que sorriam, era como se ele estivesse em um mundo à parte.
Eu me virei, comecei a andar, aí chegou um rapaz com um olhar maravilhoso. Era luminoso e a sintonia foi instantânea; ele estava usando somente uma tanga branca. Não sei como, através do olhar nós conversávamos, não precisávamos de palavras.
De repente eu estava em outro lugar, não sei aonde, mas era ao ar livre. Olhei para o céu e vi uma imensa placa que parecia ser rocha. Era tão grande que escondia boa parte do azul do céu. Fiquei espantada de ver aquilo flutuando. Dali a pouco, começaram a se deslocar placas de rocha da Terra, que flutuavam e foram se juntar a essa enorme.  Muitas placas se uniram a essa enorme que flutuava.
Eu olhava as placas subindo e sentia que elas tinham vida, tinham sentimento, tinham muito, muito amor pela Terra... Fui tomada por uma emoção tão grande, tão forte, que comecei a chorar e a tremer. Estava muito emocionada, pois sentia e descobri o imenso sentimento de amor que aquelas pedras nutriam pelo nosso planeta e pelo povo.
Eu jamais poderia imaginar que elas tinham vida e sentimento, desse jeito. Nesse estado de emoção descontrolado, ouvi uma voz que disse:
- “Se vocês tivessem conhecimento e soubessem usar, ORION poderia ajudar muito vocês e o planeta”.
A emoção foi total e o descontrole emocional fazia com que eu tremesse ainda mais....
E assim, acordei. Meu travesseiro estava todo molhado, eu chorava de tremer. Levantei-me, lavei o rosto, mas, continuava a chorar. Eu chorava, mas dentro de mim havia um imenso bem estar que há muito não sentia. O dia, como já disse, transcorreu entre lágrimas e emoção. Realmente foi um dia marcante em minha vida.
À noite entrei na internet para saber sobre “ORION”.O pouco que vi falava da Constelação e da parte mitológica. Eu não tenho nenhum conhecimento sobre astros, mas deixou-me contente por um pequeno detalhe. Na Constelação de “ORION”, bem dentro dela há uma Nebulosa.  De certo modo aquela corda branca que delineou o contorno, e dentro formou aquela neblina branca, para mim foi a Nebulosa do meu sonho.
Obrigada “ORION’”!     28/6/2008.

Encontrando o significado do sonho:

Hoje, 26/7/2008, após um mês do meu sonho, acho que estou tendo a resposta para o meu sonho “ORION”.
Hoje ao ler uma mensagem dos “Guardiões dos Registros Akásticos”, fiquei sabendo da importância do Solstício de Verão (aqui no Brasil de Inverno), o qual ocorreu em 20 ou 21 de junho, e que foi energeticamente surpreendente. O Solstício abriu um Portal de energia intergaláctica que afunilou durante o Solstício.
Na mensagem dizia que os seres humanos poderiam sentir vários sintomas físicos e poderiam ter sonhos intensos. Dizia que, com conhecimentos antecipados do que iria acontecer durante o Solstício poderíamos ter experiências intensas e planejar para obter o que precisávamos.
As energias liberadas no Solstício se estenderiam até 27 de junho e, após o dia 27, entraria uma energia bastante expansiva e se estenderia por julho, agosto e parte de setembro.
As informações contidas nessa mensagem foram um bálsamo para mim.  Vou relatar, na integra, um trecho da mensagem muito importante:
“No dia 27 de junho, façam planos antecipadamente e estarão aptos a escrever ou de alguma outra forma registrar as coisas em suas mentes, isto é, as informações que irão receber e as coisas que serão de seu conhecimento. As energias do dia 27 lhes fornecerão um mapa de grande valor - ou, pelo menos, um início de mapa e se vocês simplesmente desconsiderarem este conselho e seguirem durante o dia, irão mesmo assim conseguir o que precisam. Se puderem anotar, perceberão que, olhando para trás, no final de julho ou início de agosto, aquilo que escreveram em 27 de junho, será incrivelmente afirmado. Isso lhes ajudará, realmente, a perceberem a direção que suas vidas tomarão no final do inverno”.
Com esse trecho, acho que achei a respostas para o meu sonho e entendi a mensagem. Eu realmente fiz uma viagem astral, fui envolvida por essa energia do Solstício, senti de corpo e alma, bem no fundo do meu ser. Mexeu muito comigo...
Mesmo que alguma coisa eu ainda não entenda sobre o sonho, sinto que mais tarde as coisas se tornarão claras, assim como hoje clareou parte de meu sonho. Muito obrigada!...

Beth

terça-feira, 1 de maio de 2012

Minha Descoberta


Começava mais um dia, só que era um dia especial. Era sete de julho de 2007, nesse dia às 8h15 iria se formar uma rede mundial, que trabalharia no envio de energia em favor da Mãe Terra.
Tive conhecimento dessa rede, por meio de uma amiga muito especial, e nesse dia, exatamente nesse horário, eu me coloquei em estado de oração e meditação. Meu tempo era curto; eu não poderia participar o tempo integral da corrente, pois tinha que trabalhar. Até pensei em me atrasar...
Fiquei então, concentrada e mentalmente comecei a ver a Terra. Em minha mente a imagem parecia a tela de uma televisão. Vi as montanhas, o mar, as matas, os rios, as flores, as arvores, os pássaros; eu via toda a natureza, com toda sua beleza!
Era um filme maravilhoso; imagens coloridas e ricas em detalhes e em movimento: era fascinante!
De repente parei e estava no meio da natureza; eu estava entre a vegetação, na mata. Olhei para o chão, bem perto dos meus pés começou a se formar um vórtice em sentido horário, que foi se aprofundando para o centro da terra.
Eu ali parada bem na beiradinha do vórtice, continuava a olhar e então comecei a impor as mãos para o buraco que se formava. A energia em volta do buraco era linda. Muitas luzes, muitas cores; era tão rápida a velocidade que aquilo rodava – que eu fiquei como que hipnotizada.
As cores davam um efeito multicolorido que eu nem sei como descrever. Foi maravilhoso. E nesse estado – de repente – eu não estava mais ali e sim no espaço. Isso mesmo, no espaço! Eu flutuava fora da Terra e a via ao longe.
Por volta do ano 2000 eu comecei a ter uma visão diferente da Terra. Sempre que tentava meditar – quando começava a me concentrar-, eu me via fora da Terra, me via no espaço. Via-me parcialmente – eu sabia que estava lá, mas não via meu corpo. O máximo que eu via ou sentia, era o meu rosto! Era assim que eu me via. E assim, por vários anos, eu saia e via a Terra. Mas, tem outro detalhe: a visão da Terra era sempre na perspectiva do meu lado esquerdo. O planeta Terra estava sempre a minha esquerda e até hoje não sei porque!
Nesse dia não foi diferente – do nada eu estava lá, vi o planeta Terra e como sempre me emocionei, como sempre chorei...Foi tudo igual.
Com o passar de alguns minutos, para minha surpresa, o que eu vi me deixou tão feliz, que chorei... (e ao relembrar agora escrevendo chorei também).
O que vi foram as minhas mãos! De repente eu estava com os braços e as mãos estendidas passando energia para a Terra. Foi uma emoção única... Mas emoção maior deu-se alguns segundos depois: eu com minhas mãos em forma de concha e de cada palma das mãos saíam focos de luz que iam em direção a Terra.
- Meu Deus! A luz que saía do centro de cada palma das mãos parecia um holofote, uma luz fortíssima e brilhante. Quanta emoção... Meu coração batia rápido, eu estava toda acelerada, não cabia em mim, era muita coisa boa acontecendo...
Mas não acabou aí; alguns segundos mais formaram-se ao meu lado e ao redor da Terra vários focos de luz, iguais aos que saiam das minhas mãos. Havia outras pessoas, como eu, fazendo a mesma coisa, naquele mesmo lugar – só que eu não as via. Foi maravilhoso! Nunca vou esquecer essa imagem!
Gostaria de saber pintar para passar para a tela essa imagem. Gostaria também, que muitas pessoas partilhassem dessa visão, que realizassem essa mentalização e projetassem conscientemente essa luz para a Terra.
Na minha visão os focos de luz se tornaram um circulo muito forte e eu sentia não só a energia direcionada a Terra, mas também a que fluía ao redor do circulo. Foi uma sensação inigualável.
Assim fiquei mais alguns segundos, e voltei a mim, e logo em seguida voltei ao trabalho.
Fiquei meio zonza, parecia que estava levitando; levei alguns minutos até voltar ao estado normal...
Essa experiência foi muito marcante, e depois de muito pensar, acho mesmo, que nada é por acaso.
Anos seguidos eu me projetei no espaço fora da Terra, tendo aquela visão maravilhosa do planeta, e somente um dia, uma vez houve a união e o circulo com outras pessoas, que eu acredito, assim como eu tiveram o mesmo cursinho!!!
Beth

A Moça....


Era madrugada, por volta das quatro horas da manhã. Estava dormindo, quando acordei sentindo uma presença! Abri os olhos e vi aos pés da minha cama, uma moça e um homem muito alto. Fechei os olhos, esfreguei as mãos neles, achando que estava sonhando. Não estava. Ali, aos pés da cama continuava a moça e o homem.
A moça era de estatura baixa, estava vestida com uma blusa colada no corpo, uma saia curta e um colete comprido chegando aos quadris; dava a impressão que era de couro; toda a roupa era escura; não consegui definir o tom. O cabelo era curto, tipo chanel, com as pontas bem desfiadas e espetadas; usava uma maquiagem forte. Parecia ser uma roqueira ou gótica.
         Ela andava de um lado para o outro, olhando para baixo, como se estivesse procurando alguma coisa. Eu tinha certeza que ela não me via, e nem sabia que estava em uma casa. O homem estava atrás dela. Eu sabia que era um homem, mas não via o seu rosto; ele era muito alto. Na posição em que ele estava - bem encostado ao guarda-roupa - o que seria a cabeça dele, chegava quase no maleiro. Ele não estava vestido com roupas iguais às que usamos. Usava uma túnica clara. Estava imóvel.
         No começo da visão, achei que os dois estavam juntos, que eram companheiros, mas depois notei que a moça também não percebia a presença dele. A moça continuava a andar de um lado para o outro, como que à procura de algo que não achava. De repente ela foi para o lado de porta do quarto e não apareceu mais.
         O homem continuava imóvel e de repente, uma luz bem pequena percorreu todo o contorno de seu corpo. Como no filme “Jornada nas Estrelas”, quando faziam o tele transporte, o corpo dele começou a desaparecer, devagar foi sumindo, sumindo... Sumiu.
Fechei os olhos e adormeci. Acordei no horário de sempre, às 6h30. Levantei, e me lembrava, muito bem, do ocorrido. Tomei café e fui trabalhar.
         Durante o dia vinha, constantemente, em minha mente o acontecido. Por que aquela moça estava em casa? O que ela queria? O que procurava? Quem era aquele homem? Estava mesmo com ela? Por que eu não via o seu rosto? Ele aparentemente não tinha nada a ver com ela. Eram muitas perguntas; perguntas sem respostas.
         Era a primeira vez que eu via alguma coisa em casa. Depois que fui morar no apartamento, não tinha acontecido nenhuma visão. Algum significado tinha aquela aparição. Só que eu não sabia qual. Fiquei com aquela imagem na cabeça o dia todo.
         À noite, depois do lanche, quando estava escovando os dentes, minha ficha caiu... Aquele homem não era companheiro dela. Aquele homem, sem cabeça (cabeça que eu não via) era um mentor! Ele a levou em casa, ele estava protegendo-a.  De repente, a ideia ficou clara, era isso. Só poderia ser isso!
         Eu me arrumei e fui para minha reunião, pois todas quartas feiras têm meu compromisso espiritual. Chegando à reunião, tudo correu normalmente, quase no final, pedi para contar o que havia me acontecido, pois durante o dia a imagem daquela moça, seu jeito, me passa que ela era viciada ou drogada, que talvez tivesse tido uma overdose.
         Contei com detalhes do ocorrido e o que eu tinha sentido; quase no final comecei a passar mal, a sensação que eu tinha era de um “João Bobo”; parecia que eu caia para frente com o rosto no chão e voltava. Era um mal estar muito grande. Aí.. não era mais eu... era outra... a moça!
         A mentora do meu grupo, como sempre a ajudou. Conversou com ela; a moça não sabia de nada, do que tinha acontecido com ela; esteve numa festa de embalo. Ela nem sabia naquele momento, onde estava. O excesso de drogas fez com que ela fizesse a passagem. Uma moça bonita, nova, deveria ter uns vinte e dois anos; as companhias e as drogas tinham vencido. Mais uma vida estava jogada fora...
         Assim como essa moça, quantos e quantos jovens se encontram nessa situação. Acho que não retornam. É uma pena... A falta de estrutura familiar, a falta de amor, de carinho com os filhos, pois os pais não têm tempo. Mas precisam dar esse amor; tem que dizer que os amam e que os filhos são muito importantes para eles.. Os filhos têm que saber! Pois sentindo amor, eles sentirão confiança, e com isso, qualquer dificuldade será resolvida mais facilmente.
         Todos os jovens deveriam ter conhecimento do quanto eles são importantes, e que eles assim - como todos nós, temos algo muito valioso dentro de nós. Basta ter conhecimento de que esse bem valioso existe, pois assim, com esse conhecimento poderão ativar, a qualquer hora, em qualquer momento; basta querer. Esse algo importante é a “Centelha Divina”, a força de poder que todo ser humano tem, mas que poucos conhecem: Centelha que nos impulsiona ao infinito. E quando há essa conexão, conseguimos nos conectar física e mentalmente, restabelecendo toda harmonia; isto quer dizer, nunca estamos sozinhos. Os jovens que têm amor, não chegam ao ponto que essa moça chegou...
         Voltando ao ocorrido. Agora eu sei, graças àquele mentor, que eu tive a visão. Ela realmente foi levada à minha casa, eu precisava ver; precisava pensar nela o dia todo... Esse era o caminho para, à noite, ela ter condições de ser levada à reunião, de pedir e aceitar ajuda.
A moça, depois de amparada, começou a chorar, pediu e aceitou ajuda... Todos do grupo ficaram tristes pelo ocorrido com a moça. Mas felizes por esse mentor que pôde trazer essa moça até a nossa reunião e pôde se conscientizar da nova vida que estava prestes a começar.
         Ao partir, a moça sabia que ia ser tratada em um hospital e que teria muito amor e apoio. Partiu agradecendo.
         Depois que ela partiu, eu ainda fiquei com certo mal estar. Mas logo conseguimos eliminar tudo. Ao terminar a reunião, todos nós fizemos uma oração em conjunto, em intenção dessa moça.
         Lembrarei sempre dela; nem o nome ela sabia... não lembrava, é uma pena.
         Em todo esse acontecimento, tem um fato que me faz pensar-  a primeira vez que vi um mentor espiritual, também vi o corpo todo com a túnica branca; ele estendeu a mão e eu senti sua mão gordinha; senti carinho e confiança. Me senti muito bem, embora não visse seu rosto. Não vi e não fez falta, para mim era normal. Agora com esse outro mentor, aconteceu a mesma coisa. É estranho, não é?
         Sei que o rosto dos dois existe, só que ainda não foi me permitido ver.. só isso... Espero poder sempre ajudar, de uma maneira ou de outra....
Beth

Só Deus Sabe

          Foi por volta de 1970, na época eu estava com 19 anos, quando me aconteceu esta experiência que se tornaria maravilhosa. Eu morava em casa geminada e, mudara uma família para a casa junto a minha. Era uma família sem ocupação definida. Eles davam muitas festas, vinham muitas pessoas e ficavam até altas horas da madrugada. Em muitas tardes também se reuniam; tocavam violão, tambor, cantavam junto com a vitrola, tocavam em alto volume. Era uma anarquia. Não tinham hora para tocar, não tinham respeito pelos vizinhos, e nem por eles mesmos, pois, muitas vezes, brigavam e se agrediam.
A vida dos moradores das imediações mudou, não tínhamos tranquilidade. A vida ficou terrível. Eu ainda saia de casa para trabalhar, porém, minha mãe, coitada, ficava o dia inteiro em casa. Chegou a tal ponto que, ela não aguentava mais ouvir o barulho, nem a música. Ficou tão descontrolada, que um dia quando cheguei em casa depois do trabalho, encontrei-a batendo com a cabeça na parede da cozinha e, dizia: - quero morrer, quero morrer. Não consigo mais viver deste jeito. Eu a segurei e com muito custo consegui acalmá-la. Fiquei desesperada. Como eu iria fazer? Precisava trabalhar e tinha receio que ela cometesse uma loucura.
O desespero aumentava porque muitas vezes ela dizia: - Qualquer dia desses vou à praia, vou mar adentro até me afogar, assim acaba tudo. Eu não tinha mais sossego, não sabia mais o que fazer.
Um dia chamei o meu vizinho até minha casa, expliquei-lhe o que estava acontecendo. Disse-lhe que tudo o que eles diziam em sua casa era ouvido nitidamente por nós. Pedi pelo amor de Deus que eles parassem ou diminuíssem a frequência com que tocavam, porque minha mãe poderia vir a cometer uma loucura. Ele prometeu que iria moderar, mostrou consideração, porém foi só nessa hora, depois não houve mais jeito. Eu e os moradores da rua fizemos um abaixo assinado, fomos à delegacia dar queixa; não teve jeito.
Muitas vezes eu saia de casa às 23h30, ligava para a policia; eles diziam que iriam até o local. Às vezes iam, mas só passavam, não faziam nada. Eu me considerava perdida.
À noite, na hora de dormir, tínhamos que colocar algodão no ouvido, para diminuir um pouco o som. Eu rezava, chorava, implorava a Deus para que eles parassem, porém dia após dia, era tudo igual.
Saía para trabalhar com o coração na mão. Ao retornar para casa, procurava minha mãe e só ao vê-la eu sossegava, era um tormento.
         Eu não tinha pai, ele falecera quando eu tinha 11 anos. Tinha dois irmãos casados, eles cuidavam de suas vidas e de seus compromissos; eu não podia contar com eles. Eu só tinha minha mãe, que era tudo para mim, se a perdesse não sei o que seria de mim. Foi nessa angústia total, após cinco anos, que Deus com pena de mim, mandou-me a Luz.
         Numa noite ao chegar em casa, depois do trabalho, percebi que a casa do vizinho estava naquela bagunça: o som da vitrola nas alturas, o pessoal cantava e batucava junto com o som, gritavam, batiam palmas; um caos completo.
         Fomos jantar e tentamos ver televisão. Mais tarde fomos dormir. Eu e minha mãe dormíamos juntas eu não tinha coragem de deixá-la dormir sozinha.  Ao menor movimento eu acordava e lhe atendia no que fosse preciso. Naquela noite eu estava desesperada. Rezei, pedi a Deus, pedi aos guias de luz, ao meu Anjo de Guarda, pedi a todos que eu sabia; eu não conseguia dormir.
Não sei quantas horas se passaram, eu estava deitada de barriga para cima. De repente, no meio de minhas súplicas, eu comecei a flutuar. Meu corpo flutuava na horizontal, eu já estava no meio da altura do quarto, quando olhei para baixo e vi na cama meu corpo deitado. Entendi e não fiquei com medo. Sabia que na cama estava o meu corpo de carne e o que flutuava era outro corpo. O corpo do meu espírito.
         Ao olhar para cima, vi um senhor que me transmitiu muita paz. Era um carinho como se fosse de pai. Eu me sentia tão amparada, tão protegida, como há muito eu não me sentia. Ele era forte, claro, usava uma túnica toda branca com manga comprida, larga no pulso. Eu o via, porém sua fisionomia tinha uma pequena névoa que não deixava perceber todos os traços do seu rosto. Mas eu me identificava totalmente com ele. Em um movimento ele me estendeu a mão. Eu me ergui na vertical e lhe atendi prontamente. Passei pela laje do quarto, passei pelo telhado. Estava no céu. Vi toda minha cidade de Santos.
         Vi toda a Ponta da Praia, toda orla, a areia, até a ilha Porchat, todo o cais (era estranho, ao olhar parecia-me uma lente, pois tudo que eu via estava perto de mim, porém eu estava muito longe).
         O senhor ao meu lado nada fez. Deixou que eu admirasse tudo, deu-me um tempo até passar minha a euforia. Ele não falava, mas eu sabia tudo o que ele queria me dizer. Vinha tudo a minha mente.
         Quando já me encontrava refeita, ele fez uma menção com a mão direita e mostrou-me a casa geminada ao lado da minha. Olhei para a casa - de repente vi como se não tivesse telhado, parecia aquela casa de boneca, em que se veem todos os cômodos, olhando por cima. Em um dos quartos estava o pessoal da casa; uns sentados na cama, outros no chão. Um tocava violão, outro tambor. As aparências deles eram muito esquisitas. Olhares parados, movimentos de robôs, pareciam que estavam drogados. Era uma imagem deprimente. Esta imagem me tocou profundamente o coração, fiquei muito triste.
         O Senhor então me disse: - Filha, eles não tem nada para oferecer. Eles são tão pobres de espírito! Aquilo me chocou profundamente. Naquele instante eu entendi que, eu sim é que deveria ajudar.
         O que aconteceu em seguida, eu não me lembro. Só me lembro de voltar para o meu quarto, flutuar na horizontal e ir voltando devagar para o meu corpo. Lembrei-me de tudo que me havia acontecido, jamais esqueci. Desse dia em diante, passei a rezar muito pelos meus vizinhos. Toda hora que me lembrava, rezava.
         Acho que eles jamais teriam condições de atender a qualquer pedido do tipo que eu lhes havia feito. Quando eles entravam naquele transe, não tinham nenhuma condição de saber o que faziam ou percepção de como ficavam. Nesses momentos estavam totalmente possuídos.
         Mas, a partir dessa experiência maravilhosa, eu e minha mãe, com orações e a ajuda que recebemos das forças espirituais, soubemos ir vivendo com mais controle e menos aflição, pois sabíamos que nunca estávamos sozinhas. Eles ainda moraram mais dois anos ao nosso lado.
No fim, as festas foram diminuindo e as reuniões também. Os amigos se afastaram; tudo mudou. Eles não tinham mais como se manterem e foram despejados.
         Um dia, quando cheguei do trabalho, soube que eles haviam se mudado. Quem sabe, eu tinha algum resgate a cumprir, durante esses sete anos!
SÓ DEUS SABE!
Beth